O que são Geoparques?

Geoparques podem ser considerados como soluções do Século 21 para geoconservação de áreas relevantes, a partir do seu uso geoturístico e educacional e do comprometimento das populações residentes no território.

A UNESCO é a entidade promotora deste programa internacional desde 2015. De 2004 até aquela data, a UNESCO chancelava o programa, que era conduzido pela Rede Europeia de Geoparques.

O Programa Geoparques surgiu na Europa a partir de quatro parques geológicos, que passavam por momentos de crise, conforme descrito por Modica (2009): “Em 1996, durante o Congresso Internacional de Geologia, em Pequim, alguns participantes constataram que a comunidade científica em si não tem a força nem o poder de garantir a gestão sustentável do patrimônio geológico, sem o forte envolvimento e participação das comunidades locais. Nasce, assim, a discussão em torno da necessidade de lançar uma nova iniciativa para a proteção e conservação do patrimônio geológico”. A Rede Europeia de Geoparques surge então com quatro membros. Atualmente, a Rede Global de Geoparques da UNESCO (Global Geoparks Network – GGN) conta com 177 integrantes em 46 países (dado atualizado até setembro de 2022).

Os Geoparques da UNESCO são áreas geográficas únicas e unificadas onde os sítios e paisagens com significância internacional são geridos com um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. Possui uma abordagem “de baixo para cima” porque combina conservação com desenvolvimento sustentável e envolvimento das comunidades locais. Nessa página podem ser encontradas publicações oficiais sobre Geoparques, lista e endereços eletrônicos de todos os Geoparques da UNESCO e as regras para submissão de candidaturas, entre outros documentos.

Geopark Araripe (CE) é o primeiro representante brasileiro na Rede Global desde 2006 e destaca-se pela impressionante variedade de fósseis, qualidade da fossilização e a força da cultura nordestina. Em 2022, os Geoparques Seridó (RN) e Caminho dos Cânions do Sul (SC-RS) conquistaram também a chancela internacional, sendo os mais novos integrantes brasileiros na Rede Global. Em 2023, o Projeto Geoparque Costões e Lagunas do RJ planeja submeter sua candidatura à UNESCO por desenvolver um trabalho pioneiro em seu território.

A CPRM – Serviço Geológico do Brasil vem apoiando os projetos de levantamentos para constituição de Geoparques a nível nacional, tendo, inclusive, lançado um livro em 2012 onde constam detalhes sobre 17 propostas.