A nossa história geológica expõe uma Geodiversidade notável que remonta há mais de 2 bilhões de anos (Paleoproterozoico). Parte da nossa área corresponde a um terreno tectônico de especial importância por se tratar de um fragmento da África que permaneceu aglutinado em território sul-americano após o desmembramento do Gondwana.
A Orogenia Búzios (500 milhões de anos) registra uma colisão entre esses dois continentes. Além disso, os únicos dois locais no Brasil onde ocorrem estromatólitos do Holoceno estão em nosso território (Lagoa Vermelha e Lagoa Salgada). Todos eles têm relevância científica internacional.
O cenário é impressionante e atrai turistas de vários países. Os afloramentos incluem sítios de interesse tectônico-estrutural, estratigráfico, geomorfológico, hidrogeológico, história da ciência, ígneos, marinho-submarinos, paleoambientais, mineralógicos, paleontológicos e espeleológicos, bem como sítios de interesse histórico-cultural.
Destaca-se também como Patrimônio Geológico a extração de sal das salinas, cujo funcionamento se mantém quase inalterado desde o século XIX. A existência de campos de dunas, lagoas hipersalinas e vegetação endêmica específica são consequências do clima semiárido na maior parte da área.
As bacias de Santos e Campos são as maiores produtoras de petróleo e gás do Brasil e são separadas pela Alto Estrutural de Cabo Frio (pré-sal).
Rochas sedimentares provenientes dos afloramentos da Formação Barreiras estão presentes em algumas de nossas áreas, ocorrendo em grande extensão do litoral brasileiro, desde os estados do Rio de Janeiro até o do Amapá. Hoje em dia, estas rochas compõem falésias e paleofalésias.
Durante o Quaternário, o território do nosso Geoparque foi fortemente afetado pelas variações do nível do mar. A planície costeira é marcada pela presença de diversos registros geológicos, geomorfológicos, biológicos e arqueológicos dessas variações.
Assim, a Geodiversidade do GpCL-RJ apresenta uma história geológica que se inicia no Paleoproterozóico, passa pelo último episódio de formação do paleocontinente Gondwana, bem como pelo seu rompimento, e avança até o Quaternário, abrangendo variações do nível do mar e ocorrências únicas de estromatólitos e tapetes microbianos relacionados à precipitação de dolomita.
As figuras abaixo apresentam o Mapa Geológico e a Coluna Estratigráfica representativa da evolução da área e dos principais geossítios do GpCL-RJ.